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A Historiografia de Miraflores (2)

Entre o século XIX e os anos 40 do século XX, Algés assistiu a um período de grande desenvolvimento ao nível das infra-estruturas de transportes (comboio e eléctrico) e à construção de moradias de recreio e quintas para a fruição das boas características ambientais do Concelho. Surge a moda das praias, banhos de mar, desportos náuticos, casinos, festas, etc., pelo que esta área começa a ser um ponto de atracção da população sobretudo de Lisboa mas também de outras partes do País.

Posteriormente, assiste-se ao início de um período caracterizado pela concentração das actividades económicas, ou seja do mercado de trabalho, na cidade de Lisboa, e consequente abandono da população, da capital para os novos bairros residenciais, com boa acessibilidade à capital, que entretanto foram sendo construídos nos concelhos vizinhos. Esta época, caracterizou-se pela expansão demográfica de Algés que teve como principais repercussões, um aumento na procura e consequentemente um crescimento do ritmo de construção de zonas habitacionais e respectivas áreas para equipamentos e infra-estruturas. Como resposta a este contexto socio-económico, surge o primeiro estudo urbanístico local – o Plano Urbanístico da Costa do Sol – P.U.C.S. (1948).

O ritmo a que se processou toda a expansão demográfica e consequente pressão sobre o espaço ainda disponível para construção, sobretudo nos na década de 1960-70, traduziu-se no apelo à construção maciça em detrimento da construção de equipamentos, deficientes infra-estruturas, degradação do património construído, paisagístico e ambiental. Em situações, onde a oferta de habitação não se adequa à procura, assiste-se à implantação de núcleos clandestinos ou bairros de barracas.

É nesta altura em que se inicia de facto a Historiografia de Miraflores.

(Publicado originalmente em 3 de Março de 2011).

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A História, o Património e as tradições da UF de Algés e o restante Concelho de Oeiras abordando também temas da actualidade.

"Devo confessar que o meu espírito se compraz doidamente na evocação do passado do qual tenho saudades cada vez maiores"